segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Mutirão ecológico do VERDEJAR na Serra da Misericórdia - dias 17 e 18 de maio

Saudações verdejantes!!!!
Viemos por meio deste comunicar que nos dias 17 e 18 de maio estaremos em mutirão ecológico propondo as seguintes atividades:
-capina e plantio de mudas e sementes leguminosas na área agrolflorestal;-manejo na horta;-criação de mudas;-caminhada até o 360;-na noite de sábado(17/05), faremos um luau e a lua estará cheiona só nos aguardando;-no domingo faremos uma reunião para trocas de conhecimentos e planejamento para outros mutirões em lugares que estaremos abertos a propostas;- intervencões culturais o tempo todo!!!-muita música, poesia e cultura.
O Verdejar é uma ONG, que tem como meta preservação ambiental e o humanismo, atua no bairro do Engenho da Rainha, comunidade Sergio Silva na Serra da Misericórdia zona norte do RJ.
O que trazer: ferramanetas tais como facão, foice de mão , etc; o almoço será feito com a união dos nossos alimentos-sementes e mudas (se tiver claro!); instrumentos musicais; disposição e alegria; se vier para dormir, barraca.
Como chegar... se vier de metrô soltar na estação engenho da rainha, saída pela cidade do som, caminhar ate a Estrada Velha da Pavuna e subir a Sergio Silva (629, 311, 687, 286, estes soltar na Estrada Velha da Pavuna e subir a Sergio Silva)
CONTATOS:
Zolmir: 3903- 1707
Poeta: 8760-1041
Marcelle: 3372-0613
Eric: 9717-2931
Edson: 9837-0944
Carol: 9223-8944
Sérgio Ricardo: 9734-8088
Qualquer dúvida só ligar ... verdeja pega planta e comeverdejar quem planta não passa fome!!!INTÉ.

Um pouco sobre o Verdejar...
A Serra da Misericórdia é de relevante importância para a cidade do Rio de Janeiro, tendo em vista a sua extensão territorial, a concentração de importantes eixos econômicos, culturais e sociais e a grande concentração populacional da região. Os diversos problemas sociais e ambientais gerados pela falta de um planejamento urbano adequado para a região, colocam em primeiro plano a preocupação com o meio ambiente.
Atentamos principalmente para as condições ambientais e de qualidade de vida local, pois nesse cenário convivem diversos agentes poluidores, misturados a uma demanda crescente de ocupação por habitações populares das áreas verdes e condomínios verticais nas áreas urbanizadas, numa região sem qualquer definição de uso e marcada pela omissão do poder público há muitos anos. Não podemos deixar de ressaltar a presença de grandes jazidas de exploração mineral, convivendo com os bairros mais populosos da região.Em 1999, tivemos o primeiro seminário sobre a Serra da Misericórdia que teve como meta, fazer um reconhecimento da região e formar uma agenda comum de ações a serem tomadas pela sociedade civil organizada, para que o poder público transformasse a região numa unidade de conservação.O movimento culminou na decretação da serra em uma Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (APARU), através do decreto municipal 19.144 de novembro de 2000. Depois de decretada iniciou-se uma serie de discussões acerca da regulamentação da então criada UC. A sociedade civil através dos grupos: Verdejar, Bicuda Ecológica, CONSA, CEPEL e Os Verdes entregam a prefeitura em suas diversas secretarias, "a carta da Serra da Misericórdia" contendo 23 propostas para essa regulamentação. A prefeitura criou um grupo de trabalho com varias de suas secretarias para formar as bases do conselho gestor da APARU que trataria de criar o plano de manejo da região, esse GT durou apenas o contrato de 180 dias não sendo renovado e deixando por fantasia todo o sonho de ter na serra um ambiente mais saudável e ecologicamente harmônico.Porém o movimento ambientalista misericordiano não silencia, Verdejar e Bicuda Ecológica sempre à frente da luta entregam ao prefeito César Maia em 2003 uma carta pedindo a ampliação e a manutenção dos reflorestamentos existentes, a criação do plano de manejo da APARU e sua efetiva implantação através de ações como colocação de eco-limites, placas de sinalização e programas de educação ambiental, dessa e de inúmeras outras cartas, ofícios, memorandos e telefonemas sobre o assunto, não obtivemos respostas.O momento presente é de evidenciar a APARU Serra da Misericórdia e sua importância para a sociedade carioca por diversos aspectos. Cobrando do poder púbico sua responsabilidade e ações, e ao mesmo tempo dar visibilidade e interar a população sobre a causa ambiental misericordiana, envolvendo novos atores e dinamizando o movimento. Reportagem sobre o Verdejar - O morro não tem vez - Lorenzo Aldé (lor...@oeco.com.br) 11.03.2006
No primeiro dia do cerco do Exército às favelas da Zona Norte do Rio, quatro homens foram vistos subindo um dos morros do Complexo do Alemão e metendo-se na mata. Não levavam os fuzis roubados dos militares por traficantes, mas estavam armados. Portavam enxadas.Sua missão naquele dia era retirar o capim colonião do morro, para evitar incêndios e abrir espaço para o crescimento de árvores nativas. Eles também fazem diques para represar o rio que desce a encosta, de modo a reter a água da chuva e enriquecer o solo, evitando erosão. Plantam espécies de Mata Atlântica e criaram um pequeno viveiro de mudas. Tudo para não deixar morrer a pequena porção de floresta que conhecem desde crianças, logo acima da favela Sérgio Silva, no bairro do Engenho da Rainha.O grupo atende pelo nome de Verdejar, foi criado em forma de ong em 1997 e se especializou em remar contra a corrente. Pra começar, são poucos (oito) e têm pouco dinheiro (doado por simpatizantes e comerciantes do bairro). Mas isso não é nada. Dureza mesmo é ser ambientalista na região mais industrializada da cidade, tentando salvar uma serra devorada pela mineração, usada como rota pelo tráfico, disputada por loteadores e esquecida pelo poder público. Só mesmo louco. Ou poeta.Luiz Poeta (foto), o fundador do Verdejar, estampa no nome seu segundo ofício. O primeiro é defender a Serra da Misericórdia. Luiz tem toda pinta de maluco-beleza: ex-marcineiro, cabeludo, barbado, planos de completar o ensino médio e formar-se em Filosofia "antes dos 60". Mas se não fosse o poeta e sua trupe, as coisas estariam piores no quarto maior maciço do Rio de Janeiro.
A operação dos dias 4 e 5 de março foi mais um mutirão de reflorestamento. Funciona assim: a ong convida universitários para capinar e dar uma força na manutenção das trilhas, plantio de mudas, enfim, no que for preciso. Naquele fim de semana vieram dois da universidade estadual (UERJ) e três da Federal Rural (UFRRJ). Com ou sem visitantes, os integrantes do Verdejar estão sempre nas trilhas morro. Em fevereiro, manhã de sol a pino do dia do show do Rolling Stones, lá estavam eles especialmente para receber este repórter.
Fora o veterano Luiz, os outros são jovens, e nenhum tem formação universitária. Como Luiz Cícero, 26 anos, que relata o trabalho de insistência necessário para convencer o comércio local a "associar-se" ao grupo, com uma cota mensal de R$ 15, por exemplo. "O rapaz da padaria dizia que preferia ver a favela crescer, assim ele venderia mais pão. Hoje ele contribui", conta. O dinheiro vai principalmente para a capinagem e a prevenção ao fogo, que pode vir de várias fontes. "Balão, queima de lixo, displicência... e até os evangélicos", enumera Cícero. Evangélicos? O Poeta explica: eles tacam fogo para se livrar do mato, associado a coisas do demo. "Se o mato cresce, não vou ver Deus", brinca.
Diogo Mauro da Silva Fernandes, 24 anos, já se mudou da vila Sérgio Silva, onde cresceu, mas continua na ativa pela floresta. Ele diz que os traficantes dali são conhecidos de infância do pessoal do Verdejar, por isso não acontecem maiores problemas. Mas é de fato incrível que o grupo se mantenha saudável e íntegro desafiando gente barra-pesada que volta e meia se mete a ocupar o morro.
Em 1999, poucos meses depois que conseguiram remover o lixão de uma encosta mobilizando a comunidade, limpando a área, botando placas e plantando amoreiras doadas pela Fiocruz, eles assistiram incrédulos à chegada no local do grileiro Luiz Carlos Soares, conhecido loteador da Zona Oeste. Já veio com trator, abrindo rua e botando estaca. Saiu vendendo, ao mesmo tempo em que o Verdejar recorria ao Ministério Público para tirar os invasores de lá. A promotora Rosani Cunha Gomes dava voz de prisão, a PM vinha, mas eles saíam e voltavam."A gente alertava para as pessoas: não compra terreno aí não, mostrava o número do processo. Mas chegou a ter esqueleto de casas com dois andares. A gente derrubava muro, e o grileiro cobrava dos policiais contratados por ele para vigiar a área. Eles vinham mostrando a arma dizendo para a gente parar com aquilo, que era o ganha-pão deles, que o salário de PM não dava. A gente dizia que eles estavam defendendo o lado errado, e que a gente não ia deixar", relata Luiz Poeta. E não deixaram mesmo. Em 2001, a prefeitura demoliu de vez as casas, e a investida, até agora, cessou.Montanha devoradaDo topo do morro dá para ver o tamanho do estrago que as três pedreiras legalizadas causam à Serra da Misericórdia. É a maior exploração minerária em área urbana do Rio.Edson Gomes Loiola, membro do Verdejar, decidiu cursar gestão ambiental e pretende fazer sua monografia sobre a região. No momento, estuda a situação das mineradoras. Está pedindo ao Ministério Público para ter acesso aos documentos ambientais obrigatórios das empresas: o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad) e o Plano de Controle Ambiental (PCA). "O Prad tem que acontecer simultâneo à exploração. Mas a gente não vê trabalho nenhum para recuperar a área. O reflorestamento deles é menor do que um apartamento de um quarto", diz. "As mudas são tão próximas que nem crescem. Eles não querem nada com engenharia florestal", completa Poeta.Por meio de sua assessoria, a La Farge, responsável pela maior pedreira no morro, diz que "as operações obedecem a rígidos controles ambientais e de segurança". Que plantou 13 mil e 500 mudas desde 1998 e que a qualidade do ar na região "é garantida" pela injeção de água durante a perfuração e pela umidificação das vias de acesso. "A gente vê poeira andando no ar. A Serra da Misericórdia é a bacia aérea mais poluída do Rio de Janeiro", contesta o líder do Verdejar, citando estudo da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema).Edson Loiola identificou mais duas frentes de mineração, estas clandestinas, em uma encosta em Cavalcante. "Detonaram nascentes sem licença", descreve. Mas ao levar a denúncia para uma reunião com a GeoRio, teve que ouvir do técnico da prefeitura que aquelas pedreiras "têm conivência com o tráfico". Por isso o instituto não consegue fiscalizar por lá. "Se são poder público, têm que atuar", cobra Edson, martelando a obviedade que há muito desapareceu da rotina dos cariocas.A Aparu que ninguém viuNão bastasse tudo isso, e outras inúmeras parcerias para tocar estudos e projetos benéficos à região, os oito do Verdejar (mas são só oito mesmo?) ainda fazem o possível para influenciar políticas públicas. Em 2000, comemoraram sua maior vitória: a transformação de toda a Serra da Misericórdia em uma área protegida. Ao menos no papel.A Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (Aparu) da Serra da Misericórdia foi criada em 2000 por decreto do prefeito da época, Luiz Paulo Conde. Proteção ambiental e recuperação urbana é tudo o que aquela região precisa. Nos 43 km2 da Aparu cabem 27 bairros e cerca de 80 favelas. É o coração da Zona Norte do Rio, onde ficam Bonsucesso, Penha, Olaria, Madureira e Ramos, e o complexo de favelas do Alemão. Lá moram 1 milhão de pessoas, cerca de 15% dos habitantes da cidade.E há muitas, muitas indústrias. São mais de 1.563 estabelecimentos naqueles subúrbios, que cresceram no início do século XX com a população expulsa do centro do Rio pelo prefeito Pereira Passos e seu projeto de saneamento do centro da cidade. Tem de filial da Coca-Cola a siderúrgicas, empresas de cosméticos, tintas, óleo combustível, alimentos, cimento. Fora as pedreiras gigantes. Por isso, a região é uma das maiores arrecadadoras de ICMS do Rio.Nada que aumente seu prestígio junto à prefeitura. O abandono é evidente não apenas nas enormes favelas governadas pelo tráfico, mas também na degradação dos espaços públicos, nos lixões improvisados a céu aberto, no esgoto que polui rios e vai desaguar na Baía de Guanabara. Inundações castigam as encostas desmatadas carregando barracos.Com a criação da Aparu, os ambientalistas acreditaram que a história ia começar a mudar. Pela lei, o papel da prefeitura na área é "proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade e o uso dos recursos naturais". O resultado prático, até agora? Nenhum. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informa que "ainda estuda a melhor forma de regulamentação do Decreto". A de Urbanismo nem se dá ao trabalho de fazer rodeios: "Esse assunto é com a Secretaria de Meio Ambiente", esquiva-se.Se quisessem, os técnicos do município poderiam começar por ler a "Carta da Serra da Misericórdia", um conjunto de 26 propostas elaborado por várias instituições para solucionar os problemas da "última área verde da Leopoldina". Entre outras coisas, ela pede a desativação das pedreiras e a inclusão da micro-bacia dos rios Faria-Timbó na segunda etapa do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara.O Verdejar também defende a criação de um "parque ecológico, cultural, científico e esportivo" ligando os bairros de Engenho da Rainha, Olaria, Inhaúma e Vila da Penha. A idéia é reflorestar 70% e deixar 30% para as atividades sociais. E, recentemente, a turma de Luiz Poeta iniciou uma campanha pela implantação de um "corredor ecológico urbano" ligando o Parque Nacional da Tijuca à Serra da Misericórdia. As duas áreas estão separadas por cerca de 1 quilômetro, que corta o bairro de Cascadura. "Basta arborizar as ruas para permitir a circulação dos animais entre as duas florestas", explica Poeta.Como se vê, propostas não faltam. O problema é que, vencidos cinco anos da criação da área protegida, se não for regulamentada ela pode perder sua validade legal. Faltam sete meses. Alguém acha que a prefeitura vai se incomodar de perder o prazo?"Eles não botaram nem uma placa de sinalização dos limites da Aparu. Nem umazinha. Só tem a nossa, que mandamos fazer, pagamos e instalamos", queixa-se Edson.Mas Luiz Poeta não se angustia. Segue fazendo o que lhe dá prazer. Como ir com os amigos tomar um banho de cachoeira na mata. A força da água, que já foi um filete mas aumenta a cada ano, lhe dá a certeza de estar no caminho certo.
Enviado por: SÉRGIO RICARDO

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