Desenvolvimento Sustentável e Cinema Etno-ambiental em Rio das Ostras
21/6/2008
Localizada no Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro, região onde está inserida a Bacia de Campos, de onde são extraídos cerca de 80% do petróleo brasileiro, Rio das Ostras é uma cidade com alto nível de desenvolvimento social e econômico. Com o expressivo número de novos postos de trabalho criados na Baixada Litorânea através da oferta de mão-de-obra gerada pela ampliação dos investimentos da Petrobras em pesquisas voltadas para a exploração de petróleo na Bacia de Campos, há aproximadamente duas décadas, Rio das Ostras enfrenta as conseqüência do impacto do crescimento acelerado.
Rio das Ostras tem hoje 74.750 habitantes segundo a última contagem populacional feita em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e crescimento anual de 8%, um dos maiores do estado do Rio de Janeiro. Com o aumento populacional crescem na cidade demandas por serviços básicos como saúde, habitação, educação, emprego, segurança, lazer e cultura. O desafio de equacionar o crescimento ordenado e o desenvolvimento do município, e ainda planejar seu desenvolvimento sustentável na chamada 'era pós-petróleo', quando a compensação dos royalties não for mais a maior renda municipal é hoje um dos pontos mais debatidos entre administradores públicos, empresários locais e a sociedade civil.
Neste contexto, a administração pública local, voltando sua atenção para o crescimento ordenado e sustentável de Rio das Ostras vem estruturando sua gestão ambiental através do desenvolvimento de um sério projeto elaborado por profissionais de sua Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca em consonância com as novas metas e critérios estabelecidos pelo Ministério do Meio Ambiente. A elaboração de políticas públicas e a criação de instrumentos legais como o Código Municipal de Meio Ambiente, recém-criado no município, e suas Unidades de Conservação atuam como mecanismos para a gestão dos patrimônios naturais e ambientais de Rio das Ostras.
Iniciativas diretamente vinculadas à infra-estrutura, como os investimentos feitos recentemente na área de saneamento básico, com a instalação de um moderno sistema de coleta e tratamento de esgoto na cidade somam-se às ações que visam garantir a preservação do meio ambiente e a saúde da população.
Áreas de Preservação Ambiental
Com uma extensa costa, a paisagem litorânea agrega-se a do campo, na extensão rural do município (Rocha Leão e Cantagalo). Rio das Ostras possui seis áreas de interesse ambiental, implantadas através da criação de Unidades de Conservação. Destas, quatro são geridas pelo próprio município, uma pela instância federal, e outra pelo município, estado e união. A Reserva Biológica União, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) tem 53% de sua área total (3 mil hectares) localizadas em Rio das Ostras. Além de constituir um importante fragmento de Mata Atlântica preservada com alta diversidade de espécies de fauna e flora, a reserva concentra os afluentes dos rios Macaé e Iriry, que formam o rio das Ostras. A Área de Preservação Permanente do Manguezal da Foz do rio das Ostras é administrada pelo Município, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e IBAMA. As demais áreas protegidas são: Área de Preservação Ambiental da Lagoa de Iriry, Monumento Natural dos Costões Rochosos, Parque Natural de Itapebussus e Área de Relevante Interesse Ecológico de Itapebussus, todas geridas pela esfera municipal.
Sambaqui da Tarioba
Além das áreas de proteção ambiental mencionadas, localizam-se em Rio das Ostras 15 sítios arqueológicos entre históricos e pré-históricos. O mais importante deles é o Sambaqui da Tarioba onde fora construído, em 1999, o primeiro museu arqueológico in sito do Brasil, no qual podem ser vistos vestígios da civilização pré-histórica da Região da Costa Norte Fluminense.
A 2ª Mostra do Filme Ambiental e Etnográfico de Rio das Ostras, projeto pioneiro no município e Região no sentido de criar uma agenda cultural-educativa integrando Cinema, Etnografia e Meio Ambiente, propõe agir como um instrumento para o acesso de crianças, jovens, estudantes e adultos a atividades culturais realizadas em um evento temático composto por apresentações de filmes de curta, média e longa duração, debates, mesas redondas e oficinas de documentário e de fotografia. Desta forma, seus organizadores sugerem a interatividade dos participantes da Mostra com a lingüagem cinematográfica, acreditando ser o audiovisual um importante meio de comunicação para sustentar o debate sobre as relações entre etnicidade, cultura e meio ambiente na contemporaneidade. A exploração de um novo olhar e de uma nova interpretação das realidades socioambientais e culturais dos indivíduos, para a criação de uma outra paisagem geográfica-humana é um dos objetivos da 2ª Mostra do Filme Ambiental e Etnográfico de Rio das Ostras . www.mfaero.blogspot.com
Leonor Bianchi
Jornalista e organizadora da 2a MFAERO
www.mfaero.blogspot.com
Fonte: REBIA: Sudeste e Nacional / Editores BECE-REBIA.
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