Paralisações de unidades da Petrobrás mobilizam para vigília do dia 17 contra a realização da 10ª Rodada de Leilões do Petróleo e Gás
Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações da imprensa do MST e da FUP (www.apn.org.br)
Desde a madrugada dessa terça-feira, 16 de dezembro, trabalhadores do Sistema Petrobrás entraram em greve nacional para pressionar o governo a cancelar a 10ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural. Nessa segunda, 15, começou a jornada de lutas pelo cancelamento da 10ª Rodada, marcada para 18 de dezembro, no Rio de Janeiro. A atividade tem na organização uma extensa lista de centrais sindicais, movimentos sociais, estudantes e organizações da sociedade civil.
Na própria segunda, 250 integrantes da Via Campesina, Assembléia Popular e do Sindicato dos Petroleiros ocuparam o Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Os trabalhadores foram recebidos em audiência pelo secretário-executivo do Ministério, Marcio Zimmermann, e pelo secretário de Petróleo e Gás do Governo Federal, José Lima Neto.
Na quarta, 17, acontece uma grande manifestação no Rio de Janeiro, na Candelária. O ato público além de exigir o fim dos leilões reivindica a necessidade de uma nova legislação para regular o setor petróleo e a re-estatização da Petrobrás. O ato político cultural, que contará com música, falações, teatro e poesia, começa às 17 horas. Na seqüência, os manifestantes fazem uma vigília até o dia seguinte na frente da Agência Nacional do Petróleo, instituição governamental responsável pela execução dos leilões.
Ações na Justiça
Os sindicatos de petroleiros também estão ingressando na Justiça com Ações Civis Públicas, cobrando a suspensão da 10ª Rodada de Licitações da ANP. Além das manifestações, está correndo um abaixo-assinado exigindo o fim dos leilões e a recuperação da Petrobrás 100% estatal.
A campanha nacional contra a privatização do petróleo e do gás é composta por Assembléia Popular, Conlutas, Intersindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB, MST, Marcha Mundial das Mulheres, FNP, FUP, SINDIPETRO - RJ, SINDIPETRO-SP, Sindicato dos Químicos do ABC, FEAB, INTERVOZES, MAB, Ação Cidadania, PCB, MR8, MTD, Frente de Oposição de Esquerda da UNE, DCE-UFF, DCE-UFRJ, movimento secundarista do Rio de Janeiro, entre outras organizações.
Abaixo, segue o quadro das paralisações:
Minas Gerais – os trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, não estão entrando para trabalhar. Não houve troca de turno desde às 23h30 de segunda-feira (15). O grupo que assumiu o turno às 15h30 de ontem permanece na refinaria e só deverá ser substituído às 23h30 de hoje (16).
Paraná – os trabalhadores da Refinaria do Paraná (Repar) também suspenderam a troca de turno e desde a zero hora de hoje, 16, ninguém entra para trabalhar. A refinaria está sendo mantida pelo turno que ingressou ontem às 15h30. Os petroleiros continuarão em greve até a meia noite de amanhã, 17.
São Paulo – os trabalhadores da Refinaria Planalto (Replan), em Paulínia, suspenderam a troca de turno às 6h30 de hoje e permanecerão em greve por 24 horas. Pela manhã, os trabalhadores da refinaria participaram de uma passeata e ato político realizados pela FUP, Sindipetro, CUT, MST e pela Intersindical. Em Mauá, os trabalhadores da Refinaria de Capuava (Recap) suspenderam a troca de turno, às 23h de ontem e retomarão às 19h de hoje. Nos terminais de São Paulo, também foram suspensas as trocas de turno em Guarulhos, Guararema e Barueri. Além das paralisações nas unidades operacionais de São Paulo, os petroleiros da sede administrativa da Petrobrás somaram-se às manifestações contra a 10ª Rodada, coletando assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular que garanta o controle estatal e social das reservas brasileiras de petróleo e gás.
Pernambuco – os trabalhadores do Terminal Aquaviário de Suape suspenderam a troca de turno às 7h30 e só farão a rendição amanhã pela manhã. Além dos trabalhadores próprios da Petrobrás, os trabalhadores terceirizados também participam da paralisação.
Paraíba - os trabalhadores do Terminal de Cabedelo e do gasoduto de Paratibe realizaram atrasos na entrada do expediente.
Santa Catarina – os trabalhadores dos terminais de Guaramirim, Itajaí e Biguaçu atrasaram em quatro horas o início do expediente, realizando uma grande manifestação pela manhã na entrada das unidades.
Rio Grande do Norte – os trabalhadores estão realizando atrasos e operações padrões nas plataformas marítimas e unidades de produção terrestre, além de concentrações nas sedes administrativas da Petrobrás, em Natal e em Mossoró. As manifestações continuam ao longo desta semana.
Amazonas – os trabalhadores da Refinaria de Manaus (Reman) estão realizando atrasos de duas horas nas trocas de turno.
Bahia – os petroleiros atrasaram a entrada do expediente da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e fizeram uma grande manifestação na BR 110, em Catu. A categoria também realizou uma manifestação em frente à sede administrativa da Petrobrás, em Salvador, com participação de centenas de trabalhadores e militantes dos movimentos sociais. Houve atraso de quatro horas na entrada do expediente.
Na Bacia de Campos, Espírito Santo, Ceará e Duque de Caxias, os trabalhadores também realizaram atrasos e mobilizações nesta terça-feira, 16, somando-se à categoria na luta pela suspensão da 10ª Rodada de Licitação, que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) convocou para os dias 17 e 18.
No Centro do Rio e em Angra dos Reis - na manhã dessa terça, 16, aconteceram assembléias na frente das unidades da Petrobrás, seguidas de panfletagem e falações no carro de som, chamando os trabalhadores da participarem do ato político-cultural no dia 17, às 17h, e da vigília pelo fim dos leilões.
Informações à imprensa:
Emanuel Cancela – petroleiros FNP – (21) 9951.6616
João Antônio de Moraes – petroleiros FUP - (21) 7674-1786
Joba Alves (MST)
www.apn.org.br
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