Supermercados ganham o primeiro "bolsa-geladeira"
14/4/2008
BNDES dará empréstimo com juros mais baixos para a troca de freezers
Andrea Vialli*
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) firmaram um acordo de cooperação técnica para substituir geladeiras e freezer antigos em 33 mil supermercados de todo o País. Será criado um fundo para financiamento dos freezers a juros reduzidos, a partir de recursos do BNDES.
“O foco da parceria são os pequenos comerciantes, já que as grandes redes de supermercados costumam ter programas estruturados de manutenção e troca de equipamentos”, diz Sussumu Honda, presidente da Abras. O programa começa com uma campanha para informar os donos de supermercados. A expectativa é que até 2009 o financiamento esteja à disposição dos varejistas.
Os programas de incentivo à troca de equipamentos antigos por outros com menor consumo de energia e menos agressivos ao meio ambiente estão em expansão no País. Um dos motivos é o Protocolo de Montreal - acordo internacional para combater substâncias que prejudicam a camada de ozonio, como o gás CFC. Desde 2007 o Brasil não importa nem produz CFC, e, a partir de 2013, os gases HCFCs (usados na maior parte dos refrigeradores atuais) também serão eliminados.
Entre os grandes varejistas, a troca já começou. Desde 2001, o Pão de Açúcar tem um programa para substituição de todos os equipamentos com CFC. “Hoje, não temos mais nenhum refrigerador com esse gás, e devemos subsituir os HCFCs pelos gases R-404 antes de 2012”, diz Leonardo Fioratti, gerente nacional de manutenção do Grupo. Em 2007, foram investidos R$ 15 milhões na troca de equipamentos em 50 lojas, o que permitiu uma economia 15.750 megawatts/hora ao ano - e R$ 4,5 milhões na conta de luz.
EFICIÊNCIA
Mas a economia de energia é a grande motivação para os programas de troca de geladeiras. As distribuidoras de energia devem investir 0,5% da receita líquida em programas de eficiência energética - e um dos meios é a troca de geladeiras em residências de baixa renda e alto consumo de energia. Uma geladeira antiga chega a consumir até 155 kw/mês.
A AES Eletropaulo, concessionária que atende 24 municípios da Grande São Paulo, mantém o programa desde 2004 e já trocou 5,7 mil refrigeradores. Este ano, a expectativa é fazer a troca em 10 mil residências. Para isso, a família é escolhida conforme critérios de renda e deve estar com a ligação elétrica regularizada - sem ‘gatos’ e sem contas de luz em atraso, explica José Cavaretti, diretor de regularização da AES Eletropaulo. “Cada geladeira substituída economiza 58 kw/h por mês”, diz. Em 2007, a empresa conseguiu recuperar R$ 150 milhões em receita com os programas de eficiência energética.
Segundo Armando Valle, diretor de relações institucionais da Whirlpool, dona das marcas Consul e Brastemp, as geladeiras que saem da fábrica hoje são 40% mais eficientes do que há cinco anos.
O governo federal espera arrematar, ainda este ano, seu programa para substituir refrigeradores antigos nas residências de baixa renda, que prevê a troca de 10 milhões de unidades em oito anos. A substituição seria feita por meio de redes varejistas, mas ainda não entrou em operação por causa da logística complexa.
GLOSSÁRIO
Protocolo de Montreal: Acordo internacional para substituição das chamadas SDOs- substâncias que destroem a camada de ozonio. O Brasil faz parte.
CFC: Clorofluorcarbono, gás comumente usado em geladeiras e sistemas de refrigeração e cuja produção e importação foi banida a partir de 2007 pelos signatários do Protocolo de Montreal.
HCFC: Hidroclorofluorcarbono, gás atualmente utilizado em sistemas de refrigeração e que deverá ser substituído até 2013.
R-404: Categoria de gás refrigerante considerado menos agressivo ao ambiente e um dos substitutos dos CFCs e HCFCs.
Fonte: Portal do Meio Ambiente / Catarina Nascimento / *O Estado de S. Paulo.
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