segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

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Hoje eu vi a cara do Presidente do meu país e o reconheci pela primeira vez

Talvez por ser presidente eu devesse dizer rosto, mas hoje pela primeira vi a cara dele como um nordestino igual aos que conheci em Afogados da Ingazeira no sertão e em Vivência na zona da mata de Pernambuco. Espero que o choque o torne a vida em que corremos perigo.  Nunca votei nele, pois da única vez que me convenceu estava em Pernambuco e não pude fazê-lo. Mas, este jeito eu conheço bem: ali esta a dor sentida e verdadeira. Deve ter lembrado das palavras da sua mãe contando o sofrimento dos nordestinos e por que veio com a família para o Sul. E ao ver os catarinenses deve ter lembrado que em Pernambuco era pela falta de água e ali pelo excesso. Algumas vezes a expressão facial diz o que vai à alma.

Na foto num helicóptero da FAB a ver o solo de Santa Catarina inundado estava o Presidente: mudanças climáticas? Procela? Por certo! Mas, o que ninguém diz é que as intervenções do DNOS na década de 40  e sem manutenção potencializam o risco , mesmo sendo área de enchentes muitos governos escamoteiam as informações. Até agora apenas falaram em um estudo feito pelo DNOS entre 1986 e 1990, o órgão foi extinto em 1989, e logo vai parecer gente com projetos para acabar com enchentes numa área que nunca poderia ter sido ocupada da forma que foi. Com certeza vão correr e logo teremos  mais um PAC totalmente equivocado . Mas, isto tem de ter um basta!

Primeiro se deve socorrer as vitimas e começar imediatamente a levantar o que foi feito e de forma foi; as curvas de nível o nível hidrográfico e tudo aquilo que os engenheiros sabem muito bem.  A área é de Gerenciamento Costeiro? Aonde tem terras da União para fazer o translado da população, pois não vai adiantar gastar só por que vai aparecer numerário, como disseram aqui no Estado do Rio de Janeiro num projeto numa área de 762 km ² na Baixada Fluminense aonde vários municípios têm um altíssimo grau de risco de repetir a tragédia de Santa Catarina  e com uma probabilidade tão alta que não há como se administrar este risco .

No PAC dos Rios Iguaçu, Sarapuí e Botas: varias favelas em área conquistada ao manguezal da Baía de Guanabara e com o retificado Rio Sarapuí a ameaçar constantemente com suas águas poluídas, estes rios foram navegáveis. Mas, ninguém fala, apenas dizem que encheu quando faz vitimas e muitas vezes fatais. Ainda tem o Aterro Sanitário de Gramacho com parte em cima de aterro dentro da baía e em cima da calha natural do Rio Sarapuí.  O ex-presidente da FEEMA e o atual Ministro do Meio Ambiente, todos com formação e condição de saber o que existe por trás de tudo apenas aparecem falando sobre acidentes geotécnicos e sobre Gramacho degradar a baia quando cair dentro dela e desabar sob o rio e provocar enchentes em Duque de Caxias. O que isto? Afinal será que eles fazem parte da área de meio ambiente ou são ligados a alguma funerária?
Como se não bastasse isto: foi a licença do Sr. Axel Grael que  deu inicio  as 50 licenças do Comperj em Itaboraí , numa área de Gerenciamento Costeiro  e com os rios retificados , assim ficaremos sem água e eles sabem, pois o assunto já foi discutido e aparece em ATA do Comitê da Baía de Guanabara . A própria Petrobras sabe muito bem sobre o GERCO e a CNUDM e não lembrou disto? O Presidente veio ao Rio para dar inicio a impermeabilização de parte do Aqüífero Macacu e a implantação de mais este "equivoco" vai provocar enchentes em local sem histórico. Mas, a Petrobras dona deste equivocado projeto, um folder fala em colocar o Brasil na era do plástico, também promove outro ataque dentro da Baía de Guanabara numa ampliação da REDUC em Duque de Caxias. A REDUC já derramou óleo sucessivas vezes na baía, em 2000 foi no mesmo duto de 1997, e jornais deram conta de que existe estudo dando conta de que ela tem de sair dali, mas a Petrobras faz o que quer e ninguém faz esta conta ou faz? Não é o povo que ganha! A REDUC e Gramacho estão no caminho de saída das águas pluviais e fluviais: as enchentes nunca foram naturais. Quantas estacas a Petrobras vai colocar no fundo da baía?

"Presidente! Mande os seus assessores correrem a pesquisar a verdade que se esconde por trás de muitas situações de risco deste país, onde só o povo é inocente. Talvez em breve estejas no Rio Grande do Sul ou no Rio de Janeiro e vais chorar com os filhos desta terra".

"Presidente! Tem uma situação muito suspeita: se não pode estar ali, se vamos ficar sem água, se as pessoas morrem ou perdem tudo que têm, se não existe lei protegendo esta situação como podemos explicar o inexplicável? E não é somente na Baixada não. Como conseguem legitimar o que não pode ser? O que se esconde? E o povo? Quem tem representado o povo? Quem assina por ele"?

Trecho de uma tese:
UMA INSTITUIÇÃO MÍTICA DA REPÚBLICA BRASILEIRA
                                                                            Arthur Soffiati*
"Embora atuando em todo território nacional, foi nos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul que a ação do DNOS revelou-se mais intensa. Curioso notar que, também no Rio Grande do Sul, as obras do órgão sofreram contestação ainda mais forte. Pela Portaria nº. 10/79, o Secretário Estadual de Saúde e do meio Ambiente proibiu toda e qualquer obra de drenagem dentro dos limites do Banhado Grande, levando-se em conta que o DNOS, entre 1970 e 1975, reduziu sua superfície de 450 km2 para apenas 50 km***".

Quando se configura a má fé? A omissão? A negligência?
Márcia Benevides Leal cidadã brasileira moradora em Maricá que nunca passará de uma dona de casa entre os doutos e ambientalistas como gostam de dizer. E que se orgulha disto e não responderá por omissão.

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