sábado, 1 de novembro de 2008

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Metalúrgicos fecham rodovia para exigir que obras da Petrobrás fiquem no país

Cerca de cinco mil trabalhadores fecharam em ambos os sentidos, por quase três horas, a Rodovia Rio-Santos, na altura do km 469, em Angra dos Reis. Eles querem que a Petrobrás mantenha as obras da construção de plataformas no país. O protesto foi organizado pelos sindicatos dos metalúrgicos do Rio, Angra e Niterói.

O protesto também foi para denunciar as demissões que vêm ocorrendo. Neste momento, cerca de oito mil trabalham nos estaleiros de Angra, principalmente nas P-51 e P-52, porém a P-51 deve ser finalizada ainda este ano. Com isso, uma parte desses trabalhadores ficarão desempregados, caso nenhuma outra obra seja contratada.

Desde janeiro de 2003, 26 plataformas foram contratadas no exterior, com um custo de mais de 19 bilhões. Segundo o presidente do Sindicato de Angra, Paulo Ignácio, caso essas obras fossem feitas no Brasil, poderiam ser gerados até 40.000 empregos.

Segundo o presidente do Sindimetal/Rio, Alex Santos, “a demanda da construção de novas plataformas e navios é grande no país, sendo o Rio de Janeiro o maior pólo de construção naval do país”.

No começo do mês, a P-51, a primeira plataforma semi-submersível construída integralmente no Brasil, chegou a ser batizada pelo presidente Lula. A unidade conta com o conteúdo local acima de 75% de bens e serviços adquiridos de fornecedores nacionais.

No próximo sábado (1º), os metalúrgicos pretendem ter um encontro com o governador Sérgio Cabral em Angra dos Reis. Eles querem cobrar o apoio de Cabral para manter a construção das plataformas no Brasil.

Denúncia na Câmara dos Deputados

Nesta quarta-feira (29), o deputado federal Edmilson Valentim, que é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Marítima, fez um discurso na Câmara dos Deputados registrando o protesto dos trabalhadores. “Há uma preocupação de que haja uma mudança na postura adotada pela Petrobrás durante o governo Lula. Até então, a Petrobrás adotou uma posição mais pró Estado, defendendo os interesses que beneficiam a sociedade brasileira e não apenas o do capital ou de seus acionistas”, disse o parlamentar.

Edmilson disse ainda que “apesar do impacto altamente positivo que a construção em território nacional destas embarcações vem trazendo ao país, a direção da Petrobrás optou por um formato de contratação e licitação que tem beneficiado os grandes estaleiros internacionais. Mais recentemente, a licitação para construção da plataforma P-57 foi vencida pelo estaleiro Single Buoy Mooring (SBM). Segundo informações divulgadas pela empresa, apenas uma parte da construção poderia ser feita no Brasil. Em termos financeiros, significa um pouco mais de US$ 85 milhões investidos aqui, contra US$ 1 bilhão e 300 milhões do custo total da obra”.

Fonte: Alerta Rio

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