sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

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Petrobras colocará em operação nove plataformas entre 2009 e 2013

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Apesar da crise financeira internacional e do conseqüente adiamento da divulgação do Plano de Negócios da Petrobras para o período 2009/2013, a estatal manterá o ritmo de investimento, em 2009, contratando, construindo, e colocando em produção 20 plataformas nos próximos anos. Segundo informações obtidas pela Agência Brasil, dessas, nove deverão começar a operar entre 2009 e 2013.
Juntas, as nove unidades, quando operando em plana carga, acrescentarão à produção nacional mais de 790 mil barris de petróleo por dia e mais de 35 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
A primeira plataforma semi-submersível inteiramente construída no país será a P-51 e deverá entrar em operação nos primeiros dias deste mês. Os módulos de compressão de gás e de geração de energia elétrica da plataforma foram construídos em Niterói (RJ) e seu casco também foi fabricado e construído no Brasil – o que fez da P-51 a primeira plataforma 100% brasileira.
Construída ao custo total de aproximadamente US$ 1 bilhão, a unidade deixou a Baía de Ilha Grande no final da primeira quinzena de dezembro em direção ao campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, onde ficará ancorada a uma profundidade de 1.225 metros e a 150 quilômetros da costa.
Quando operando a plena carga, a P-51 produzirá até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás por dia – pico de produção que deverá ser obtido em meados de 2010. A plataforma, construída no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), teve conteúdo nacional mínimo de cerca de 70% e gerou mais de quatro mil empregos diretos e 12 mil indiretos.
Prevista para entrar em funcionamento no final de 2010, a P-56 (outra das unidades que entrarão em operação até 2013) desenvolverá o Módulo 3 do campo de Marlim Sul, também no norte fluminense. Réplica da P-51, a plataforma será toda construída no Brasil e terá capacidade de processar por dia 100 mil barris de petróleo e produzir seis milhões de metros cúbicos de gás natural.
Ao lado da P-52 e da P-51, a P-56 formará uma nova família de semi-submersíveis de grande porte. O projeto tem requisito de conteúdo nacional mínimo de 60%. Sua construção deverá gerar no país aproximadamente 4,8 mil empregos diretos e outros 20 mil indiretos.
Ela está sendo construída também no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), e no Porto Novo Rio, Rio de Janeiro (RJ). Os blocos do casco são fabricados na Nuclep, em Itaguaí. (RJ).
Ainda em 2010, a Petrobras colocará em operação a plataforma PMXL-1, a mais alta plataforma fixa a ser construída no Brasil. Ela terá 227 metros de altura e será instalada no Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos. Em construção no estaleiro Mauá, em Niterói, a PMXL-1 terá capacidade de produzir até 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
A plataforma compõe o Projeto Mexilhão, considerado pela Petrobras parte importante do Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás). O Projeto Mexilhão é composto também por um gasoduto marítimo com 145 quilômetros de extensão e pela Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA) em construção em Caraguatatuba (SP).
Outra unidade a ser colada em operação pela Petrobras, a P-55, também do tipo semi-submersível, tem o início de suas operações previsto para 2013, no campo gigante de Roncador, também na Bacia de Campos. Segundo a Petrobras, a unidade terá capacidade de produzir diariamente 180 mil barris de petróleo e comprimir seis milhões de metros cúbicos de gás. A construção dessa unidade deverá ter conteúdo nacional mínimo de 70% e gerar mais de 3.500 empregos diretos, somente no município de Rio Grande (RS).
A estatal brasileira informou, ainda, à Agência Brasil, que a montagem da plataforma será feita no Pólo Naval de Rio Grande (RS) e em Niterói (RJ). A construção do casco já começou no Estaleiro Atlântico Sul (PE) e terminará no Pólo Naval de Rio Grande.
No entanto, antes disso, em 2012, a Petrobras colocará em operação no campo de Jubarte (na parte da Bacia de Campos localizada no Espírito Santo) a plataforma P-57. Com capacidade de produzir 180 mil barris de petróleo e dois milhões de metros cúbicos de gás por dia, aa obras de construção da plataforma deverão gerar 3.000 empregos no Brasil e tem conteúdo nacional mínimo previsto de 65%.
O casco da P-57 será resultado da conversão do navio petroleiro Island Accord em uma plataforma do tipo FPSO (Floating Production, Storage and Offloading), que além de produzir também armazena e transfere petróleo.
O trabalho de conversão começou no estaleiro Keppel, em Cingapura, e o prazo para término é dezembro de 2009. Na primeira semana de fevereiro de 2010, o casco deve chegar ao estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, onde os módulos (em fabricação no Brasil) serão instalados e a integrados à plataforma.
Já as plataformas P-59 e P-60, a serem construídas no canteiro de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe (BA), serão de perfuração do tipo auto-elevatória. Segundo a estatal, esse modelo de plataforma, capaz de perfurar em condições de alta pressão e alta temperatura, não é construído no Brasil há aproximadamente 30 anos.
O conteúdo nacional mínimo é de 70% e estima-se que a obra vai gerar cerca de 2,5 mil empregos diretos. Os prazos para a construção da P-59 e da P-60 serão de 1,2 mil e 1.320 dias, respectivamente. As obras começam em 2009 e vão até 2012.
De acordo com a Petrobras, no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, serão instaladas as plataformas P-61 e P-63, que ficarão a uma distância de aproximadamente 111 quilômetros da costa do município de Cabo Frio (RJ). A Petrobras é a operadora neste campo e atua em parceria com a empresa Chevron.
A plataforma P-61 será a primeira do tipo TLWP (Tension Leg Wellhead Platform) construída no Brasil. Instalada em local com 1.180 metros de profundidade. O empreendimento será responsável pela perfuração de 21 poços (18 produtores e três de reserva) e pelo bombeio da produção para a P-63, onde serão feitos todos os processos de beneficiamento do petróleo. Esse modelo de plataforma foi escolhido em função da característica do petróleo do campo de Papa-Terra, considerado ultra-pesado (14,2° API).
A P-63 será do tipo FPSO. Terá capacidade de processamento de 150 mil barris por dia e compressão de gás de um milhão de metros cúbicos por dia. Além do petróleo vindo da P-61, a plataforma também vai processar a produção de três poços ligados à unidade. O conteúdo nacional mínimo será de 65% e a previsão é que o contrato seja assinado na primeira metade de 2009. O início de produção deve ocorrer no primeiro trimestre de 2013.


Matéria alterada para adequação de informação.

Fonte: Agência Brasil

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