II Fórum da Bacia de Campos une ciência e sociedade
Luana Freitas
Responsável por 84% da produção nacional de petróleo, a Bacia de Campos é hoje a maior reserva petrolífera da plataforma continental brasileira. Com o objetivo de permitir a troca de conhecimentos e experiências sobre assuntos que interessam à região, acontece, entre os dias 24 e 28 de novembro, o II Fórum Científico da Bacia de Campos. O evento, organizado pelo Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (NUPEM), da UFRJ, oferece ao público oficinas, mini-cursos, palestras, mesas-redondas, exposição de trabalhos científicos na forma de painéis e exibição de filmes produzidos na cidade de Macaé.
A Bacia de Campos ocupa uma área de, aproximadamente, 100 mil quilômetros quadrados, estendendo-se desde o estado do Espírito Santo, nas áreas próximas a Vitória, até a cidade de Arraial do Cabo, localizada no litoral norte fluminense. As primeiras atividades de exploração na Bacia ocorreram em 1974, com a descoberta do poço 1-RJS-9A, que deu origem ao campo de Garoupa. Posteriormente, novos poços de petróleo começaram a ser explorados em águas mais profundas. Em 1985, foi descoberto o primeiro campo gigante do país, em Albacoara, localizado a mais de 200 metros de profundidade. Hoje, após mais de trinta anos de atividades na região, o país alcançou a auto-suficiência em petróleo, o que revela a importância da Bacia.
Dessa forma, o Fórum representa uma oportunidade de discutir temas relevantes para a população, promovendo o encontro entre ciência e sociedade. Segundo a professora Christine Ruta, diretora de Extensão do NUPEM, essa integração contribui para que os indivíduos, por meio das novas informações obtidas, possam exercer seu papel social com conhecimentos mais embasados e não mais puramente intuitivos.
— O Fórum traz alunos, corpo docente e principais atores da sociedade de Macaé juntos num mesmo espaço para debaterem seus principais anseios sociais, tais como aspectos ambientais, pedagógicos e econômicos. A principal importância do evento é realizar uma boa divulgação científica, que enxerga o público não mais como ser “passível à obtenção de conhecimentos”, mas sim como “ativo com conhecimentos pré-adquiridos” — destaca Christine.
Christine ressalta ainda que a Diretoria de Extensão apóia a Comissão Organizadora do evento, formada por Nathália Fuentes, Aline Barbosa, Natalia Raposo e Evelyn Raposo, já que o Fórum, em sua segunda edição, contribui para o processo de interiorização da universidade.
— A interiorização é sempre um processo muito difícil, sobretudo em nosso país de dimensões continentais e com as metrópoles sempre centralizando, desde a colonização, a economia, a arte e também a educação de nível superior. Estamos aprendendo muito ao organizar um evento desse porte, em solo ainda tão jovem. Isso só está acontecendo porque a vontade de crescermos com Macaé é enorme e “teimosa”, no bom sentido — comemora.
O II Fórum Científico da Bacia de Campos acontece das 8 às 19 horas, em Macaé. Além de cinco palestras, dez mini-cursos e três oficinas, a programação inclui ainda as mesas-redondas “Uso e Aplicação de Royalties: da Teoria a Prática” e “Manejo de Ecossistemas Costeiros no Norte Fluminense”. Para mais informações, acesse www.forumcientifico.com.br.
Fonte: Olhar Virtual
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