CEDAE: Só Podia Ser No Rio De Janeiro
Que os PACs são projetos de eleger presidente já está no meu HD biológico, afinal fazem isto há décadas: obras muitas vezes homéricas que depois são largadas pra lá e também outras inauguradas sem estarem finalizadas. O único que nunca fez isso foi o Governador Carlos Lacerda, no antigo Estado da Guanabara, deixando varias galerias que décadas depois foram localizadas por seus sucessores. Estavam abaixo do solo permanente e isto não dá voto e nossos políticos e administradores não ligam pra o que não aparece.
Claro que teria de ter um PAC, endemoniado, pra água afinal temos a ameaça já iniciada do COMPERJ que promete tudo inclusive 180 mil desempregados e não vai fabricar água., afinal irá pagar muitos royalties e quem sabe com o aumento da temperatura do ar e a aceleração da mudança climática muitos de nós nem precise mais de hidratação.
O Sistema Guandu Cedae que consiste no desvio das águas do Rio Paraíba do Sul logo após o afluente Rio Pirai e trazendo pra o Rio Ribeirão das Lages este sim afluente natural do Rio Guandu, este já havia sofrido interferência de comportas, diques e canais pelos jesuítas em 1726, mas nada que o comprometesse e como rio de várzea ele contribuía pra riqueza da terra tal qual o Rio Nilo propiciando boa lavoura na Sesmaria dos Jesuítas. Em 1905 já existia a Barragem e o Reservatório de Lajes, no Ribeirão das Lajes. Em 1911, a bacia passou a receber as águas do Rio Piraí. Em 1952, foram concluídas as obras de desvio do Rio Paraíba do Sul - Piraí e a Usina Hidrelétrica de Nilo Peçanha. Nos anos 60, vivíamos no Rio de Janeiro o caos do abastecimento de água. O então governador Carlos Lacerda criou a Cedag, Cia. estadual que viria solucionar aquela crise, hoje Cedae, depois da fusão dos dois estados. A cada dia é preciso aumentar a vazão pro sistema da Cedae que segundo consta pela incapacidade de uma boa gerencia promove algo como perda de 52 % do que produz. Mas, tal como nas enchentes dizem que a população é responsável e por estar aumentando e desperdiçando o precioso liquido que hoje já é de domínio publico que está escasseando. Será que as estiagens que provocam interrupção do fornecimento podem ser resolvidas? Esta pergunta sempre deve ser feita quando os maravilhosos PHDS vierem pra explicar o que vai acontecer: não falam de forma que se entenda e saímos tontos, até porque são apresentados como grandes capacidades cientificas e o povo em respeito se esquiva de perguntar. Eu não! E se ele complicar a explicação para dificultar meu entendimento, pedirei que desenhe. Principalmente quanto ao fato de que a CEDAE não fabrica água. Ela pega na natureza e trata. O Rio Guandu abastece cerca de nove milhões de pessoas, moradoras da capital e de cinco municípios da Baixada Fluminense. Mas a qualidade da água é ameaçada pela proximidade de lixões, pelo de esgoto doméstico e de resíduos industriais.
Em dados de 2001, temos:
Guandu – Fundado em 1955. Alimentado pela transposição das águas do Paraíba do Sul para o rio Guandu, abastece 80% da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Caminha para a intratabilidade.
Imunana Laranjal – Fundado em 1952. Alimentado pelas águas dos rios Macacu e Guapiaçu, abastece os municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Os dois rios caminham para a extinção.
Sistemas Extintos devido à degradação:
Santos Malheiros – Fundado em 1927 – Desativado. Tratava água do rio Guandu Mirim. Deixou de ser utilizada como Estação de Tratamento, devido à contaminação da água do rio.
ETA Caxias – Fundada em 1946 – Desativada na década de 70. Tratava água do rio Botas. Deixou de ser utilizada como Estação de Tratamento, devido à contaminação do rio, que deixou a água sem condições de tratamento.
Em 2004 temos a informação de que a vazão era de 130 mil l/s e o volume de água tratada era de 43 mil l/s. Isto para 9 milhões de pessoas na área metropolitana, fora os outros cinco municípios. No O Globo de 2/10/2007 o Presidente da Cedae Wagner Granja Victer falou que com a ampliação de recursos do PAC (aquele!) a Cedae ira aumentar em 30 % o volume de água tratado e teríamos então 55,9 mil l/s de água. E também na anunciou que : uma obra importante será o desvio das águas dos rios Poços, Queimados e Ipiranga. Esses rios, muito poluídos, deságuam no Rio Guandu, junto à captação da Cedae. Com o desvio dessa poluição a Cedae aumentará a segurança do Sistema, melhorando a qualidade da água captada e diminuindo os custos do tratamento, já que reduzirá o consumo de produtos químicos.
Tudo parece que está indo muito bem, mas a verdade não está parada ou resumida a declarações de presidente da CEDAE: em Jornal da A.S.E.A.C. de janeiro de 2008 aparece num especial da Unicedae de 2007 declarações do diretor de Produção e Grande Operação da CEDAE. Jorge Briard que despertaram grande interesse. Afinal, atender a necessidade de 3 metros cúbicos por segundo de água do Complexo Petroquímico de Itaboraí, que deverá ser o maior da América Latina, é um desafio e tanto, principalmente quando se considera a escassez de recursos hídricos que ameaça a região Leste do Rio de Janeiro e a forte dependência de sua Região Metropolitana em relação às águas do rio Paraíba do Sul como fonte primária de abastecimento. Briard, em sua apresentação, analisou os empreendimentos que estão sendo executados no Rio de Janeiro e que deverão trazer grande desenvolvimento para o Estado, mas que demandam muita quantidade de água. Entre estes estão a CSA, na Bacia de Sepetiba, a ampliação da CSN, na região de Itaguaí, e o Complexo Petroquímico da Petrobrás – o COMPERJ, em Itaboraí. Para a consolidação deste último, conforme já apontavam os estudos, o maior problema será a necessidade de recursos hídricos. O trabalho mostra a pressão de demanda já existente na área, que conflita com a escassez de recursos hídricos, e apresenta soluções para atender ao projeto da Petrobrás. Jorge Briard falou das alternativas analisadas como possíveis fontes de abastecimento, entre as quais a Lagoa de Juturnaíba, o reservatório de Lajes, a dessalinização e outras. Mas segundo adiantou o diretor da companhia, a opção mais adequada e recomendada pela CEDAE deverá ser a utilização das águas do rio Guandu, através de um novo sistema que deverá chegar ao COMPERJ através de uma adutora especial, aproveitando as águas de reuso da ETA do Guandu.
Para quem estiver lendo: os dados são passados assim para confundir quem escuta. Façam este calculo: quantas passadas de 43 mil l/s devem ser necessárias para fazer este volume de 3 m³, metros cúbicos. No susto pode ser que aprendam e gritem: isto não vai dar certo por que está errado!
O sistema Imunana Laranjal já na Baía de Guanabara já está sobrecarregado faz tempo, mas é acima dele que estão impermeabilizando uma baixada, portanto área de recarga natural desta forma duas situações diferentes: comprometimento mais rápido dos recursos hídricos da área e quando chover: enchente em local sem histórico. Os rios que servem a este sistema foram retificados, assim como os próximos e eram navegáveis, assim podemos ter uma noção exata do que nos esperar. O Rio Caceribu que foi levantado pra um possível aumento de volume não pode ser usado por estar comprometido. São Gonçalo está próximo, mas deve ser o primeiro município a sofrer, pois o Rio Guaxindiba já deve ser uma vala.
Mas, este povo da Terra do Nunca Vi e Nem Nunca Soube Disto estão aí e ainda fazendo conta de quantas mudinhas serão necessárias para reflorestar e acho que também para renovar os recursos hídricos , não sei ! Eles me deixam tonta. Bom, mais menos é isto aí: primeiro degrada, depois grita e mais adiante se discute a recuperação. Ai vem: as mudinhas, as compensações ambientais, os TACS, os PACS de eleger presidente, poluidor pagador, na intimidade: crime antecipado. Tudo o que conhecemos pelo sofrimento. Eles me lembram o Presidente Getulio Vargas que no mesmo ano do lançamento do Direitos Humanos na ONU já requisitava 8 pavilhões do Abrigo Cristo Redentor em Duque de Caxias, para colocar crianças sob custodia do Estado na condição de serem contaminadas, bem como os adultos que lá trabalhavam. Assim já transgredia o Art. 3 º.
Existe uma hierarquia para o uso da água, ainda mais na situação atual e não velo este princípio ser reconhecido e acatado. Vai um brioche aí? Márcia enevides Leal cidadã brasileira moradora em Maricá.